Perdoa-me Drummond
Estamos vivendo – se é que vivendo estamos – em um mundo de incríveis mudanças. O Movimento LGBTQIA+ está precisando de novas letras capazes de identificar tantas – aplausíveis, diga-se – opções sexuais. Liberadas estão, livres sejam! Então, que cada um viva a sua vida!
Amem, amem!... Amém, amém!...
O perdão pedido ao poeta conterrâneo Drummond se faz necessário, haja vista em se tomar por base o seu lindo poema Quadrilha, no qual o poeta nos encanta com seus incríveis e mágicos versejares e encantadores poetares!
Quadrilha
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história
(Carlos Drummond de Andrade)
Parodiando Drummond
João amava André que amava Marcelo
que amava Carlos que amava Joaquim que amava Pedro
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, André para o seminário,
Marcelo morreu de desastre, Carlos ficou para titio,
Joaquim suicidou-se e Pedro casou com Ricardo Pinto
que nem tinha entrado na história.
E agora José?...
(Altamiro Fernandes da Cruz)
Drummond, por tudo isso que exposto está, é que venho me desculpar por ousar parodiar o seu lindo poema, cujo fito é o de expor a nova realidade que estamos vivenciando: o livre amor que, na sua época, era tão escorraçado, mas hoje, está aí – de braços abertos – amando e sendo amado!
E que se amem... e que se danem todos aqueles que não souberam e nem sabem o que seja amar!
Imagem: Google