*As Confissões das Caminhadas
de Uma Linda Mocinha*
#M# Eu apoio!
Todas as manhas das manhãs iriam encontrar a Mocinha Linda nos seus exercícios matinais de Caminhadas pela Estradinha de Terra Batida – comuns nas pequenas urbes interioranas. As vaquinhas e os cães de guarda dos pequenos sítios já a conheciam de priscas eras. Ela – a Linda Mocinha – chegava até a cumprimentá-los: -Bom dia, Vaquinha! Bom dia, cãozinho! – até sorria das suas tolas/falas brincadeiras!
Aquela manhã, todavia, era diferente. O motivo: Tivera a Linda Mocinha uma encantadora noite de amor vivida com seu amado Passarinho. Tamanho fora o ‘rala e rola’ que deixou o ninho de amor sem, sequer, um graveto no lugar! Botaram prá quebrar, e quebrou mesmo! (Passarinho, deve-se esclarecer, é um carinhoso hipocorístico dado ao seu amado que, também, a chamava de ‘minha adorável e amada Passarinha’.)
O vento fustigava-lhe as róseas faces. Os castanhos cabelos balouçavam ao ritmo dos passos dados e ao sabor dos ventos que, também os fustigam. Nas faces um sorriso maior que o rosto. A Mocinha que caminhava na estrada de terra batida era o protótipo de uma felicidade incontida – a noite fora deliciosa! Ela, introspectiva, confessava que chegara ao Nirvana por incontáveis vezes. E estas elucubrações a faziam rir e ressorir pela felicidade sentida, quase fazendo-a chegar novamente ao Nirvana! Contudo – conteve-se! O ladrar de um cão de guarda (Vale dizer, não era aquele seu amiguinho do antigo caminho.) de uma casa à beira da estrada a faz retornar à realidade. O atento cão estava dando satisfações ao seu dono, dizendo-lhe no seu canino linguajar: -Estou atento, viu? Resoluta, a Mocinha segue no caminho da sua caminhada.
Por estar bem “disposta” (Humpf!) – mesmo depois de ter passado por todo o fuzuê da noite anterior – a Mocinha segue no seu caminhar, aumentando, desta feita, o percurso e (Ufa!..) quase me ‘f*d*’ toda – confessa, entre risos aos seus botões!
Eis a parte da narrativa ao seu Passarinho:
Estava eu, indo pelo caminho quando avistei uma vaquinha-castanha, até bem bonitinha. Parei imediatamente a uma distância segura (evitar o galope). A vaca atravessou a estrada, olhou-me com desdém e simplesmente, para meu espanto, atravessou a cerca de arame. Ela levantou o segundo fio de arame apoiando-o com o pescoço, passou as patas dianteiras, ajeitou o corpo, passou a pata traseira esquerda e depois a direita, e sem derrubar o mourão da cerca. De repente a vaca ficou brava – bravíssima, diga-se, e pronta para o que desse e viesse – partiu para cima de mim. Veja bem, passarinho: Vaca com esperteza em pular cerca, e numa rapidez!!.. Nossa!...
Pensei com meus botões: lascou! Estou f*d*d* e mal paga. Se esta vaca resolve tocar o terror pro meu lado, ela chega do outro lado da cerca antes de mim. O pior acontece. A Vaquinha consegue pular a cerca e avança contra a maratonista. Aí, a caminhada da Mocinha tornou-se uma maratona pela vida. A Vaquinha – numa velocidade de 100Km/h – obrigava a Mocinha a botar ‘sebo nas canelas’, para vencer a maratona pela vida (risos). E mesmo não sendo monofóbica lamentei: Pena que não estar com meu celular e não poder gravar a cena! Foi então que pude entender o motivo da agressão: ela estava protegendo sua cria recém-nascida! Placar: Vaca 2 x 0 Linda Mocinha.
Nas minhas caminhadas de hoje, veja quem estava na estrada: novamente ela, a Dona Encrenca Vaca. Ela ameaçou aterrorizar-me, mas seu bezerro foi a prioridade. Ufa!... Ainda bem!
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