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Altamiro Fernandes
A vida em verso e prosa
Textos

O Ponto de Interrogação e o Símbolo do Amor

Geralmente, quando me assento em meu “Trono Real”, sinto-me como se fosse um Rei. Todavia – e por não possuir ‘eira nem beira’ sou um ficto “Rei borra botas”. Portanto, é isso que sempre faço ao assentar-me no meu Trono, sem, todavia, borrar as botas por não fazer uso das mesmas: borro, contudo (contudo mesmo), a parte interna do Trono ficto de um ficto Rei ‘sem eira nem beira’ que escreve besteiras.

 

E foi pelo fato de estar no Trono que as ideias pulularam (Narro isso na crônica: Agora, sou Rei, postada no Recanto.) à vontade! Então – e por estar perscrutando piamente a mente – fiquei imaginando a finalidade literal do meu personagem Ponto de Interrogação. Ei-la:

“O ponto de interrogação é um sinal de pontuação usado para expressar, na linguagem escrita, a entonação de dúvida expressa ao final de perguntas diretas na língua portuguesa”. Há variadas outras formas explicativas!

 

A literalidade, todavia, não me satisfazia. Vejo no Ponto de Interrogaçãoo ponto culminante da evolução da humanidade”. Tudo só cresce, evolui se – e somente se – houver o questionamento. Vejamos: -Desde o surgimento do Éden onde as frutas abundavam, amadureciam para, depois, despencarem no chão – onde os insetos e animais as degustavam – o “ato do cair”, era um fato comum. Era tão corriqueiro que as quedas das frutas – e tudo mais que fosse mais pesado que o ar – continuaram a cair sem que ninguém se preocupasse em saber ‘o porquê desta queda... o que a ocasionou.

 

Bilhões de anos depois da primeira queda de uma fruta no solo do Éden, Isaac Newton estava assentado sob uma macieira quando, então, uma maçã se despenca e lhe cai no cocuruto. Esse fato, tão comum antanho, poderia passar despercebido pelo arguto Isaac Newton, mas não passou! O Ponto de Interrogação se apresenta e lhe pergunta:

-Senhor Isaac, por que será que esta maçã lhe caiu no cocuruto?

-Eu não sei, mas vou averiguar! – respondera-lhe o físico cientista!

 

E a “verificação” do Isaac resultou na descoberta da Lei da Gravitação Universal, ou seja, a Lei da Gravidade!

Palmas, pois, para o meu ilustre personagem: o Ponto de Interrogação!

 

“A história da maçã caindo sobre a cabeça do físico inglês Isaac Newton (1643-1727) pode não passar de uma lenda. Mas é consenso que a Lei da Gravitação Universal, o princípio que explica por que as coisas caem, foi formulado por ele na obra Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, em 1687.

Muito anos depois de Newton, o físico alemão Albert Einstein (1879-1955) diria que "a gravidade é a primeira coisa em que não pensamos".

(Edson Veiga – para BBC News Brasil)

 

Este, meus amigos, é um dos inúmeros exemplos existentes de que o Ponto de Interrogação é “o ponto culminante da evolução da humanidade”. Se não houvesse o questionamento – mola propulsora da evolução – não haveria a aprendizagem, porque “aquele que não sabe e não pergunta, não evolui e morre sem aprender”! E isso fica evidente na dialética: Tese, Antítese e Síntese, onde a Síntese permanece como sendo “uma insofismável verdade” por ter passado pelas lapidações temáticas da Tese e Antítese.

 

Mas a Síntese tem vida efêmera. Ela vai perder o trono quando surgir um questionamento à sua realeza sob a forma de uma nova Tese. Então a Síntese desce do seu pedestal, passando a ser uma mera Tese, e a Tese questionadora (Vamos denominá-la como sendo o Ponto de Interrogação, vamos?) será a Antítese. E desse imbróglio surgirá uma nova Síntese! Eterna? Qual nada! Novas Teses irão aparecer (isso é evolução), para novos questionamentos que farão surgir novas leis científicas, até que se chegue à “novinha IA”, Inteligência Artificial que se torna a Síntese do momento evolutivo da cibernética. Será? Eis que estamos vendo a presença do verbo interrogativo ser – juntinho ao sábio e questionador Ponto de Interrogação – marcando sua sutil presença!

 

Convenhamos: o Ponto de Interrogação – intrometido e valente que só – é a única imortal e inquestionável Síntese que vai se eternizar continuamente nas mentes evolutivas da humanidade na sua incansável luta pelo mais saber, crescer, aprender para evoluir!

 

Então – e voando nas Asas das Minhas Elucubrações tronais – encontrei o Ponto de Interrogação se fazendo presente na poesia, no amor – sabiam? Senão, vejamos: o símbolo do amor é um coração! O poeta enamorado manda para a amada um presente com um belo cartão. Todavia, se nele não estiver o símbolo do amor – o coração – a amada, por certo, se decepcionará. –Ele não me ama o bastante! – pensará!

 

Imagino os meus leitores (Será que os tenho?) se perguntando: onde o Ponto de Interrogação pode se fazer presente no amor, se o amor não pode e nem é questionável?

 

Aos meus amigos e questionadores peço-lhes que peguem papel e lápis. Em seguida, façam um desenho de dois Pontos de Interrogação, sendo que postarão de frente um para o outro. Una-os e verão surgir o Símbolo do Amor (o coração) que fora formado pela junção de dois Pontos de Interrogação!

 

Provado está que os amantes deverão estar sempre se comunicando, se perguntando o que a pessoa amada mais gosta (ou não), para que esta união possa ser a Síntese eterna da evolução do amor a perdurar nos corações dos amantes!

 

Palmas peço, pois, para meu ínclito personagem Ponto de Interrogação!

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IMAGEM: Google

Altamiro Fernandes da Cruz
Enviado por Altamiro Fernandes da Cruz em 23/09/2023
Alterado em 16/10/2023
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