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Altamiro Fernandes
A vida em verso e prosa
Textos

O Dia Mundial da Terra

=O Mundo Em Perigo=

 

É corriqueira a frase: “Coloque o lixo lá fora”! Ela é dita principalmente pelas donas de casa às suas secretárias quando o lixo se acumula dentro de casa.

-Mas, onde é este “lá fora”?

-Ah... lá fora é a rua, local onde os garis o recolherão para serem depositados nos lixões! – dirão os lorpas... aplaudirão os pascácios!

 

Se bem nos atermos, o “lá fora” se torna um local inexistente ou, no mínimo, impossível. Ele não se encontra na mera rua onde está a casa na qual moramos. Onde você mora não é o “lá fora”. E, convenhamos, é muito distante. A casa em que residimos tem um endereço bem completo e por mais que quisermos sintetizá-lo será impossível. Moramos na Rua das Flores / Bairro das Camélias / Cidade de Teófilo Otoni com o advento do CEP e completando com o Estado.

-Estará completo o endereço?

Para a pergunta, a resposta é um sonoro e bem audível: Não! Em termos de mera localização seria aceitável. Mas – e já que estamos divagando – são muito poucas as informações prestadas em relação do onde moramos com sendo o “lá fora”.

 

Se nos apegarmos aos detalhes, poderíamos afirmar que faltam, ainda, o País em que se situa a nossa moradia, bem como, o Continente e o Mundo – o nosso Mundo. Sim, o “lá fora” é o mundo no qual residimos. Se não existisse o Mundo, não haveria o Continente, não haveria o País, o Estado, a Cidade, o Bairro, a Rua – bem como – a Casa na qual residimos. O “lá fora”, como sendo o lixão, não se resume à Rua na qual moramos. Ao jogarmos o lixo na rua com o fito de nos livrarmos dele, estamos transferindo-o para toda a humanidade do nosso Planeta.

 

Portanto, o ato de jogarmos o lixo “lá fora” deve-se ser entendido como sendo o trabalho da secretária do lar que – estando de posse do lixo – o levará até o espaço sideral para, assim, jogá-lo “lá fora”. Convenhamos, todavia, ser uma tarefa impossível.

 

Parte I:

Estamos nesta data de 22 de abril comemorando O Dia Internacional da Mãe Terra – ou, o Dia da Terra – cuja finalidade é criar uma consciência comum aos problemas da contaminação, conservação da biodiversidade, preservação da vida e outras preocupações ambientais para proteger a Terra. Esse projeto fora criado pelo senador norte-americano Gaylord Nelson.

 

Sob a nossa ótica, entendemos que a primeira preocupação para salvarmos o nosso planeta se estriba no fato de sabermos onde está situado o “lá fora”. Este deve ser o primeiro passo a ser dado pela humanidade, caso ela queira salvar a nossa Casa Mãe Terra – o nosso Mundo!

 

O ato de jogarmos o lixo “lá fora” deve ser entendido que dentro do saco se encontram todos os nossos lixos: a Irresponsabilidade, o Descaso, os nefastos Interesses no ‘mais ter que ser’ quando, então, a Ganância predatória torna o ser humano um animal mais predador e indesejável destruidor da Nossa Mãe Terra.

 

Já estamos vivendo – e vendo – os efeitos demonstrados pelo nosso descaso e irresponsabilidade. A Nossa Mãe Terra – mesmo não sendo vingativa – está nos entregando os amaros frutos dos nossos desmandos para com ela. Estamos vendo as geleiras sendo destruídas, os oceanos e mares se tornando mais volumosos e trazendo reais perigos do desaparecimento das cidades litorâneas. O tão exagerado calor e frio; as secas exageradas; as incontidas chuvas sem o devido controle a ceifarem vidas. E os destruidores do meio-ambiente – com o fito de se eximirem das culpas – propalam: -“A natureza está louca”! – dizem numa cara de pau que causaria inveja aos políticos brasileiros!

 

Bem sabemos que vários Congressos visando salvar o nosso Mundo são realizados. Buscam possíveis soluções com as sugestões que são debatidas nos plenários. Todavia, não são e nunca serão colocadas em prática. O interesse comercial está acima do interesse pela vida do Planeta e, especialmente, a vida da humanidade. A natureza não está louca. Loucos estão os governantes que não dão ouvidos aos gritos de socorro que a Mãe Terra pede à humanidade.

 

Lembro-me de um filme de ficção científica no qual o personagem principal era um extraterrestre. Ele é visto como sendo um inimigo que deseja conquistar o planeta Terra. Entre o visitante ET e um representante dos seres humanos há um diálogo:

-Você quer destruir o nosso planeta? – indaga o terrestre ao ET!

-Seu planeta? Se fosse seu, você cuidaria dele! Quando, no passado, vocês ainda moravam nas árvores, nós já estávamos vivendo a Era Atômica. E desde então estamos observando tudo de ruim e maléfico que vocês têm feito ao planeta que alegam ser seu – mas não é! Aquele que é o dono, cuida. E o cuidado é tudo aquilo que vocês nunca tiveram para com este planeta que está moribundo, morrendo a cada átimo de segundo! – dissera o sapiente ET!...

 

A ficta cena descrita nesse antigo filme é um alerta. Bem sabemos que entre a ficção e a realidade existe uma tênue separação mais ínfima que a espessura do fio da teia de aranha – quase inexistente. A ficção de ontem – num átimo temporal – é a realidade do hoje... do agora. E esse “agora é o triste momento” que vivemos, ao vermos a nossa Mãe Terra na UTI.

 

A Mãe Terra está soltando o seu “Canto do Cisne” – o último como ultimato! Ela não pede o socorro por saber que socorro não há mais. Esse socorro ela tem pedido à humanidade desde de há muito quando, ainda estávamos descendo das árvores. O agora se mostra ser irreversível. A Mãe Terra não nos deixará órfãos porque – bem antes dela morrer – morta, extinta, estarão extintos Eu, Tu, Ele...  resumindo: toda a Humanidade!

 

A ganância da humanidade só se extinguirá quando todas aquelas chuvas de meteoritos que vagueiam pelo espaço sideral, seja tudo o que restou do nosso extinto Planeta Terra.

 

Epílogo:

 

Sabe o amigo leitor o que significa SOS e como surgiu? SOS é o código universal de socorro, utilizado como mensagem, para alertar quando alguém está em situação de perigo de vida e necessita de auxílio o mais rápido possível. Há, todavia, várias traduções para a sigla e – dentre elas – a mais elucidativa é: Save Our  Souls (Salve nossas almas – quando nada mais resta para ser salvo!).

 

Mesmo sendo sabedor da impossibilidade de salvação para a nossa Mãe Terra, ouso lançar o meu grito de SOW: -Save Our World (Salvem o nosso Mundo – mesmo sendo sabedor que nada mais resta para se salvar).

 

Bem sei que – lamentavelmente, diga-se – não serei ouvido. Portanto, peço que unamos as nossas vozes. O meu sussurro -  somado ao de cada um de nós - se tornará um grito que irá ensurdecer os irresponsáveis destruidores da nossa Mãe Terra! Se houver um fio de esperança, ele está no sussurro de cada um de nós!

 

Enquanto ainda tivermos a Casa – a Rua; o Bairro; o Município; o Estado; a Nação; o Continente e o moribundo Planeta – pensemos em onde está o “lá fora”, para dispensarmos o nosso lixo produzido. Este é o primeiro passo que ainda pode ser dado, a fim de que possamos retirar a nossa Mãe Terra da UTI!

 

Não parabenizo o Dia da Terra. Todavia, em um réquiem à Terra, estarei pedindo ao Deus Criador que se apiede de nós e da ignorância do bicho homem que diz ser a imagem e semelhança de Vós, Senhor Deus!

Salve o nosso mundo, meu Deus Criador – Salve-o!

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Imagem: Google

Altamiro Fernandes da Cruz
Enviado por Altamiro Fernandes da Cruz em 21/04/2023
Alterado em 04/11/2023
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