Homenagem ao Dia Internacional das Mulheres
O dia 08 de março é consagrado – merecidamente, diga-se – à Mulher. Quero, muito modestamente, apresentar os meus parabéns às Encantadoras Mulheres deste nosso Recanto das Letras, bem como, às demais Batalhadoras Mulheres leitoras (Será que as tenho?) que abundam por todos os cantos do nosso país e do mundo, na sua ferrenha luta pelos seus justos Direitos de Igualdade!
Parabéns às Bravíssimas Mulheres, mesclados aos desejos das esperadas vitórias que – assim espero – possam vir a ser conquistadas!
Os Homens Estão Perdendo Suas Mulheres
Introito:
Havia um seriado animação, exibido na televisão, intitulado A Família Dinossauro. Era uma encantadora família composta pelo patriarca Dino da Silva Sauro, trinta e três anos, que trabalhava derrubando árvores numa Companhia de Demolições. O Dino desenvolveu, à época, um famoso bordão que dizia ao chegar em casa após o trabalho:
-“Querida, cheguei”! – bradava o patriarca do clã!
E a querida do Dino era a esposa, Sra. Fran da Silva Sauro, típica dona de casa dedicada, que trabalha para manter o lar em ordem. O restante da família é composto pelo Bobby, filho mais velho que vive desafiando os tradicionais costumes da sociedade. Era o típico ‘aborrescente’ sauro da época e que, até no tempo presente, presentes se fazem nos atos de atormentar os pais.
Charlene, 13 anos de idade, é uma ‘aborrescente’ tipo assim: patricinha americana. Elegante, materialista e super gastadeira. Ela vive pedindo dinheiro ao pai para ir ao shoppingsauro com as amigas. Além disso, ela está sempre preocupada com a moda, a aparência, as cores da estação. Adora música, bem como, fazer compras e paquerar os gatos/sauros rapazes.
Fechando o ciclo familiar, vamos encontrar o Baby. Ele é o caçula que ama excessivamente a mãe Fran. Adora assistir TV e agredir o Pai Dino – geralmente, com uma ‘frigideirada’ na cabeça. Então, nesse momento, ele dizia o bordão que o imortalizou:
-Não é a Mamãe! Repetindo-o por mais três vezes entre risos e gritinhos: –Não é Mamãe! Não é Mamãe!... Não é Mamãe!...
Era uma família feliz, mesmo com todas as zoeiras dos aborrecentes filhos.
Mas nem tudo eram flores. Havia no Reino Dino uma norma vigente na qual os casais, ao completarem as Bodas de Estanho, ou seja, dez anos de casados, teriam que – por Lei ‘Dinossaurial’ – passar por uma prova, para que fossem renovados os votos, bem como, a perpetuação e validade do casamento.
Chega o dia da prova. O Sr. Dino da Silva Sauro e Sra. Fran da Silva Sauro são convocados. O teste tem início. A Sra. Fran é colocada entre outras fêmeas. O teste consistia na identificação, e a missão do Sr. Dino seria a de identificar – reconhecer a esposa, Sra. Fran! Havia porém, um detalhe que iria facilitar a vida do Sr. Dino: as outras fêmeas não eram da raça dos dinossauros. O grupo era composto por: uma Zebra, uma Girafa, uma Mastodonte, uma Preguiça e uma Tigresa Dente-de-sabre – comuns à época. Estava moleza o teste. Seria ‘mamão com açúcar’ para o Sr. Dino.
A cortina é aberta. O Sr. Dino – protegido pelo espelho especial – vê, sem ser visto, aquelas fêmeas à sua frente. Ele coça a cabeça na tentativa de forçar a mente. Ledo engano, a mente lhe mente. E aquilo que lhe seria ‘mamão com açúcar’, o açúcar lhe faltou. Ele não reconheceu (Pasmem!), dentre as fêmeas, a sua esposa, a Sra. Fran da Silva Sauro!
Parte I:
Vamos sair da Era dos Dinossauros. Estamos no presente. Cabe-nos agora, uma série de indagações a serem feitas ao Homem Moderno – herdeiro genético do homo sapiens – da extinta Era dos Dinossauros.
Perguntas, faço-as: Homem Moderno, há quanto tempo você não diz à sua esposa a mais linda de todas as frases: -“Querida, eu te amo”! Observação: esta frase não valera como fundamentação se foi dita sob um aconchegante edredom, pois, neste momento, pairaria no ar a mentirosa e fria frase: “Querida, eu te amo”, nodoada pelo ‘testosterônico’ desejo que envolve o ambiente. Sendo assim, não existiria a poesia ascendendo, a plenitude buscada no verdadeiro amor dizendo o que deveria ser uma mensagem ditada pelo coração!
Perguntas outras faremos:
-Há quanto tempo você não abre a porta do carro para sua esposa? -Há quanto tempo você não escreve no espelho do banheiro – aproveitando o vapor do banho nele contido – uma frase elogiando a beleza que o seu coração vê nessa sua companheira? –Há quanto tempo você não lhe traz um buquê de rosas, ou mesmo uma flor roubada em um jardim ou colhida dentre as muitas que existem nas beiradas das calçadas. Então, e munido desta poderosa arma/flor, diria para ela: -“Meu amor, comprei (ou roubei, se for o caso) esta flor. Ela é linda e parecidíssima com você”. Cabe, todavia, uma observação: Não vale apelar para as datas comerciais, a saber: Dia dos Namorados; Dia Internacional da Mulher; dia do Aniversário dela; Natal; Ano Novo; ou a data do Casamento – se é que você se lembra desse acontecimento.
Imagino-o – no auge dos seus egocêntricos pensares – rindo e criticando a máscara de beleza usada pela sua esposa. A sua parvoíce não o deixa pensar que ela – ao fazer uso daquela máscara (horrenda para você) – está querendo que a sua pele tenha o frescor e a textura existente nas pétalas das rosas.
Entenda que a sua esposa quer ser notada por você, quer e deseja lhe agradar. Infelizmente, você – como o tolo Dino – não a nota mais. Ela queria que você notasse que ela cortou um centímetro do cabelo. Ledo engano. Você é tão parvo e egocêntrico que, se ela raspasse toda a cabeleira – nem assim – você seria capaz de notá-la, de vê-la como ela gostaria de ser notada, ser vista!
Você seria capaz de se lembrar qual foi a última vez em que roubou – só por brincadeira – um beijinho da sua esposa para, em seguida, ambos sorrirem? A propósito, há quanto tempo vocês não riem juntos? Não assistem um filme? Não se abraçam? Não sentem aquela tola, porém gostosa, vontade de – imitando o bailarino Frederick Austerlitz (o inigualável Fred Astaire) – saírem bailando pelas ruas em dia de chuva “escandalizando” os demais casais por ter um Dino/marido e não saberem, ou mesmo, não sentirem o que possa vir a ser o Verdadeiro Amor?
Nós nos tornamos homo sapiens, descemos das árvores, mas continuamos atrelados ao Dino, sendo trogloditas em relação aos tratamentos dados às mulheres. Nós, ainda, não entendemos o que desejam, sentem e querem as mulheres – as nossas mulheres! Temos que entender que as nossas mulheres desejam e querem somente ser amadas, notadas, acariciadas e saciadas nos seus mais íntimos e recôncavos desejos. Elas querem chegar ao Nirvana que lhes fora tolhido e que as levaram à condenação sob a acusação de serem bruxas. Sim, o ato do gozo ao se chegar ao Nirvana somente era creditado aos homens. À mulher ele era vetado por ser bruxaria. Gozar – gemer sem sentir dor, por prazer? Nem em pensamento pois, quando soer acontecesse, a fogueira estava à espera das Bruxas Gozadeiras! A propósito, sabem por que as Bruxas aparecem nos desenhos montadas em vassouras? O cabo da vassoura era – nas parvas mentes dos tolos homens – o consolo usado pelas mulheres/bruxas para chegarem ao etéreo Paraíso Nirvana.
Hoje, o que mais atormenta as Mulheres é esta exacerbada violência que, contra elas, permeia graças às idiotices que graça – sem graça alguma – nas mentes egocêntricas dos machistas Dinossauros/homens, provocando tantos e bárbaros feminicídios!
Você, valente Mulher, por tudo isso passou, venceu e se ‘empoderou’ – palavra em voga! Mas há, ainda, muitas barreiras a serem vencidas. Todavia, pode crer: você é forte, muito forte, e a todas elas você vencerá!
A Mulher – parvo e sauro bicho/homem – não é frágil como a imaginamos ser. Ela é bem mais forte que nós outros. Quando ela nos pede: -“Amor, abra este vidro de azeitona para mim”! Ela não está demonstrando a fraqueza que imaginamos. Ela – pelo amor que sente – o quer pertinho dela. Quer que você sinta aquela sensação de ser o todo poderoso – o fortão! Todavia nós – parvos sapiens sauros – a enxergamos como uma frágil mulher que busca socorro na nossa força física para acudi-la. Ledo engano. Ela faz uso na nossa força para nos derrotar. E isso está acontecendo. Há uma iminente derrota a caminho.
Epílogo:
Volvamos, pois, ao sauro passado. Lembremo-nos do Sr. Dino da Silva Sauro que, ao ser submetido à prova para renovação dos votos e validade do seu casamento, não fora capaz de reconhecer sua esposa entre as fêmeas – mesmo sendo de espécimes diferente dos animais que lhe foram apresentados.
Será que nós, “sapientes homens civilizados” (Sic!), seríamos capazes de reconhecer nossas esposas, se fossemos submetidos aos testes para revalidar os nossos casamentos? Humpf!.. Sei lá!..
Frente às tantas perguntas formuladas ouso dizer que tenho as minhas dúvidas! E foram essas dúvidas que me levaram a imaginar que “Os Homens Estão Perdendo Suas Mulheres”. E para piorar e ferir o ego do exacerbado machismo, estas perdas às vezes – quase maioria – não são para outros homens (todos, digamos, trogloditas juramentados) e, sim, para outras mulheres. Uma mulher entende e sente o que é sentido pela outra! Elas sabem o que lhes faltam. E dentre estas faltas estão: a Poesia; o Amor; o Companheirismo; um gostoso Afago nas bochechas; o dormir de Conchinha! Está numa Flor Roubada; numa Mensagem escrita no vapor do espelho do banheiro; num Verso Poético colado na geladeira da cozinha. Está num “Bom dia, meu amor” – dito ao se acordarem!
Nós, homens sauros, devemos deixar de sauros sermos. Houve uma fala de uma atriz, cujo personagem dizia para a filha: -Você se engravida pelo ouvido! Isso nos leva às elucubrações mais profundas para imaginarmos que o Ponto G se localiza no ouvido da Mulher com o fito de ouvir o canto das cotovias anunciando o alvorecer. E indo mais além, poderíamos dizer que o buscado Ponto G – início do caminho que a levaria ao Nirvana – se encontra em cada átimo de milímetro da sua pele ao ser tocada – ato que a arrepia! Está em cada batida do martelo sobre a bigorna do seu aparelho auditivo, ávido por ouvir frases poéticas de amor. O Ponto G está em cada sabor degustado no beijo recebido, dado; à cada faísca captada pelas retinas; à cada inalação do cheiro do cio que se esparge pelos ares anunciando o desejo incontido de se chegar ao Nirvana. Está, portanto, em todos os sentidos da sua sensibilidade feminina. Ela quer isso. Ela anseia por isso, porque ela Mulher precisa ser feliz e não um mero objeto dos prazeres do Dino/homem!
E já que tantas perguntas foram formuladas, mais uma nunca será demais: -Será que algum dia iremos compreender, entender as nossas Mulheres? Se a esta pergunta a resposta não for a positiva, estamos correndo o grave risco de perdermos as nossas Mulheres.
Devemos, primeiramente, entender que o possessivo pronome (Sua) – dito no ato de sacramentar o casamento – não representa Propriedade e, sim, Posse. Essa Posse lhe dará os sacrossantos direitos de tutor – não o de dono – que se forjam nos cuidados de usufruir de todos os prazeres da união. Você não é o Proprietário dela. É um mero tutor, é cuidador. Portanto, cuide deste seu preciso tesouro: a sua amada Mulher!
Homem, não seja mais um Dino da Silva Sauro: seja um Romeu. Não trate a sua Mulher como se ela fosse a Sra. Fran da Silva Sauro. Trate-a como ela é – e sempre será – a sua Julieta! Não a trate como um mero objeto do seu prazer carnal: divida-o com ela para que, juntos, possam chegar ao Nirvana – o Paraíso dos Eternos Namorados, dos loucos e dos desenfreados amantes!
Estes são os primeiros passos dados, para que não venhamos a entrar na nas filas dos perdedores, pois: Os Homens Estão Perdendo Suas Mulheres!
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Imagem: Google