réquiem ao Rei Pelé

Eterno por ser o maior jogador de futebol que ao mundo encantou.

Decretou Armistício de Paz no Congo que parou para vê-lo jogar.

Sereno, tranquilo, foi eleito: Atleta do Século – título que o consagrou!

Os tantos campeonatos conquistados, é bem difícil de se contar.

Nascido em Três Corações, a Milhões de Corações ele conquistou!

Ascendendo-se às alturas o Rei Pelé, vai, agora, aos Céus arrancar

Risos das Falanges Celestiais com os Gols de Placa, Voleio e de Bicicleta.

Até o Deus Pai estará na plateia, para ver o Astro Rei Pelé driblar.

Neste momento, lágrimas rolam velozes dos nossos olhos como um cometa.

Trila o apito. Para o Jogo da Vida! Aos 82 minutos/anos a bola deixou de rolar.

Espera juiz! O jogo tem 90, e não 82 minutos! Deixe o Rei em campo estar.

Sobrenatural de Almeida! Humpf! (*) Tinha que ser você – para tanta tristeza causar.

Deus Pai – Rei que a tudo criou – receba o nosso Rei Pelé e nos conforte nesta dor!

Os nossos corações pedem que acolha o homem que espargiu no mundo o Amor!

Nas homéricas conquistas nos campos, onde a bola estava a rolar.

As pernas do nosso Rei Pelé, com seus dribles, faziam todos sorrir.

Sereno, fora do campo, defendia as crianças, que ele gostava de cuidar.

Certa vez na Colômbia, um árbitro expulsou Pelé. A torcida fez o árbitro sumir,   

Indo para longe – temia apanhar – e o Rei Pelé voltou ao campo para jogar!

Mundial de Clubes; Tricampeão Mundial pelo Brasil, legados que fez o povo o aplaudir.

E o Jogo da Vida termina aos oitenta e dois minutos/anos: faltando oito para encerrar.

Não há prorrogação, cobrança de pênaltis, nem há mais motivos para sorrir.

Todos – Celeste, Dondinho, o povo – estão chorando: O Rei Pelé parou de jogar.

O mundo da bola está silente, a galera está triste, as luzes não vão mais luzir!

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(*) O Sobrenatural de Almeida é um personagem do mundo do futebol que fora criado pelo grande dramaturgo e cronista esportivo Nelson Rodrigues. O personagem – segundo o seu criador – tinha o poder de alterar os resultados dos jogos. Fizemos uso deste personagem, para ilustrar que o tempo do jogo de futebol tem a duração de noventa minutos. E o Jogo da Vida do Rei Pelé se encerrou aos oitenta e dois minutos/anos do segundo tempo. Gostaríamos que o Jogo da Vida do nosso Rei Pelé não tivesse um fim, que ele prosseguisse – pelo menos – até aos noventa minutos/anos (ou mais), para continuar nos brindando com a sua arte que encantou o mundo!  Nota do autor.

Imagem: Google