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Altamiro Fernandes
A vida em verso e prosa
Textos

Elisa Lucinda

 

TRANSCRIÇÃO

 

Estamos vivendo em um país onde a corrupção se tornou uma pandemia. A regra onde se pautaria a honestidade, a ética e a imprescindível moral, virou uma raríssima exceção, graças às esdrúxulas leis criadas pelo Congresso Bandido para - tão somente, siga-se - aos bandidos protegem. Chega-se ao ápice da vergonha vermos tantas nulidades se enfronhando nos Três Poderes desta porca República Brasileira, se valendo das protetivas leis bandidas que foram pelos bandidos criadas.

 

“Quanto mais corrupto é o Estado, maior é o número de leis que o rege”.                                                                           

(Tácito – Senador e Historiador Romano)

Ao que parece, Tácito não era tão somente um Senador Romano – era um Profeta! Tudo que se encontra descrito neste sapiente pensamento é a suja cara deste nosso país eivado pelas nódoas corruptivas que livremente permeiam.

 

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”. (Rui Barbosa – Estadista e poeta brasileiro)

 

Tenho às mãos um lindo texto – reflexivo ao extremo – assinado pela atriz e escritora Elisa Lucinda. Adoro dividir com os amigos tudo aquilo do qual gostei. Então, transcrevi este texto maravilhoso e espero que todos se sintam como me senti: extasiado pela beleza poética nele contido. O título?

 

Só de sacanagem

 

Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar?

 

Tudo isso que está aí, no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, que reservo duramente para educar os meninos mais pobres que eu, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

 

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não e certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e dos justos que os precederam: “Não roubarás”. “Devolva o lápis do coleguinha”. “Esse apontador não é seu, minha filhinha”.

 

Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.

 

Pois bem, se mexerem comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. Só de sacanagem!

Dirão: -“Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba”. E eu vou dizer:

-Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês.

Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e escambau. Dirão: -“É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”.

 Eu direi: -Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito: -Ouviram? IMORTAL!

Sei que não dá para mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

 

Opinião:

“Dar murros em faca de pontas” é um adágio popular que tem no seu significado a desistência. Devemos convir que – na altura deste campeonato de corrupção e roubalheira que assola o Brasil – faz-se necessário que não podemos desistir de “dar murros nas facas de pontas”. Bem sabemos que as suas pontas são afiadíssimas, mas, desistir jamais.

 

Meus parabéns, Elisa Lucinda! Quero lhe dizer que: -Só para sacanear os corruptos larápios do nosso erário, vou ficar ao seu lado lhe aplaudindo de pé, SÓ DE SACANAGEM!!! 

IMAGEM: Google

 

Altamiro Fernandes da Cruz
Enviado por Altamiro Fernandes da Cruz em 21/07/2022
Alterado em 31/07/2022
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