× Capa Textos Fotos Perfil Prêmios Livro de Visitas Contato
Altamiro Fernandes
A vida em verso e prosa
Textos

O Dia dos Namorados

 

Hoje é um dia consagrado aos namorados. A minha mente retrocede no tempo onde me encontro assistindo a série animação Os Dinossauros. É uma linda fábula cujo moral da história, em muito, nos faz rever nossos conceitos de seres humanos. No episódio que, ora, assisto, há um caso que merece uma atenção especial. Vejamo-lo, pois: Por norma instituída no Reino dos Dinossauros, todos os casamentos teriam que ser revalidados após dez anos de vida em comum. O casal teria que passar por um teste avaliativo, feito em cartório, sob a ótica do Juiz de Paz que, revalidaria – ou não – o matrimônio. Para se submeterem à prova, lá vai o casal Dino da Silva Sauro e a esposa Fran da Silva Sauro para serem submetidos ao teste. Uma das provas pedidas no teste seria a de reconhecimento.

 

A esposa Fran ficou em uma sala separada por um espelho que a impedia de ver, mas era vista pelo marido Dino. Ela não estava sozinha. Junto a ela estavam outras fêmeas. Mas havia um detalhe: nenhuma das fêmeas era da espécie Dinossauro – eram diferentes. Uma Zebra, uma Girafa, uma Égua e uma Elefanta. O Juiz de Paz formula a pergunta: -Aponte – dentre as fêmeas – qual delas é sua esposa!

 

O senhor Dino da Silva Sauro coça da sua cabeça uma caspa imaginária, aguça os olhos tentando identificar quem era a sua amada (Sim, ele a amava.) esposa. Em seguida esfrega os olhos, volta a aguçar o olhar na tentativa de ver melhor, mas nada consegue. Aleatoriamente, “chuta a resposta” mostrando uma fêmea que, em nada, sequer parecia com a sua amada Fran da Silva Sauro.

 

Moral da história? Isso se evidencia até em nossos dias atuais. Vivemos sem, todavia, conviver com a pessoa amada. Agimos como robôs – homens máquinas por sermos robotizados por uma tecnologia que nos fragmenta, nos retirando aquilo de mais belo que deveria permanecer em nós: um verdadeiro amor que nunca irá existir na geração robótica.

 

Temos o caso de um psicanalista que estava dando uma palestra, para uma seleta plateia composta somente por homens casados que buscavam encontrar uma melhor forma de fortalecer os laços matrimoniais. O palestrante toma para si o uso da palavra: -Senhores, estamos perdendo as nossas mulheres. (Há na plateia aquele sepulcral silêncio.) Prossegue o palestrante: -E – o que é bem pior – até para outra mulher. (Nos assentos os corpos se movimentam nervosamente.) Qual de vocês deu, hoje, para a sua mulher “aquele bom dia, meu amor”? Se alguém fez isso que levante a mão. Nenhuma mão fora suspensa. A pergunta é feita com mais veemência: - E ontem, anteontem? Na semana passada? No mês passado? No ano passado? (Para as perguntas formuladas, nenhuma mão fora levantada.)

 

Há quanto tempo, quaisquer dos senhores, não abrem as portas do carro – ou da casa – para a sua esposa adentrar? Há quanto tempo você não chega, em sua casa, com um buquê de lindas rosas (A minha pergunta não vale para os dias comerciais que abundam: Dia dos Namorados, Dia da Mulher, Dia das Mães (...).) Mão nenhuma é levantada.

 

-Senhores gostaria que dez voluntários subissem ao palco trazendo os seus celulares. Os voluntários se apresentam. O palestrante pede que cada um envie uma mensagem de amor para a sua esposa e que, após o envio, voltem para a plateia deixando os celulares sobre a mesa, para que se pudesse ouvir as respostas dadas pelas respectivas esposas.

 

De repente, toca-se o primeiro sinal de mensagem. O palestrante pega o aparelho e  faz a leitura da mensagem: -Tá doido, é? Onde você está vagabundo? Aposto que está na gandaia junto com este bando de vagabundo! Umpf! (Risos ecoam na plateia.)

 

Outro sinal de chegada de nova mensagem:

-Essa cachaça é das bravas, né? Você nunca fez isso. Vá curar esta sua ressaca em outra freguesia, tá? (Novas gargalhadas são ouvidas.)

 

Novo sinal de mensagem chegando. O palestrante a lê:

 -Vagabundo! Aposto que esta mensagem era para uma sirigaita qualquer e você a enviou para mim por puro engano. Vá pra PQP.

 

Para suprimir espaço e tempo, o palestrante anuncia que vai ler a última mensagem que acabara de chegar:

-Santo Deus! Quem será que me mandou esta mensagem? (A sádica plateia quase veio abaixo.)

 

Retoma a palavra o palestrante: Eis, aí, o óbvio ululante, senhores. Nós não estamos sabendo conquistar as nossas esposas, eternas namoradas. O ponto G da mulher não se encontra encrustado em um só ponto do seu corpo. Ele está no coração. A mulher é o romantismo em forma de pessoa. Ela ama com intensidade e quer ser amada, também com a mesma intensidade. Entender o coração de uma mulher não é difícil como parece ser. Ao voltarem para os seus lares, roubem uma rosa que se encontra em um jardim público ou privado. Entregue à sua amada e diga-lhe: – Roubei esta flor para lhe presentear! Adianto-lhe que ela vai se sentir a mulher mais feliz do mundo.

 

Dia dos Namorados! Afinal, qual é mesmo o Dia dos Namorados? Seria, digamos – o dia 12 do mês de junho de quaisquer dos anos futuros? Se disser que sim, dir-lhe-ei:

– Errada a resposta! Será preciso um calendário para que você possa dizer para a pessoa amada: - Eu amo você com todas as forças do meu coração! (ou) – Você é a pessoa mais importante da minha vida e, sem você, eu não poderia viver. Sem você eu não conseguiria respirar, inalar o oxigênio da vida, porque o Oxigênio que me mantém Vivo é Você – razão da minha existência.

 

Cabe indagar:

– O ser humano está massificado? É um robô controlado por datas e máquinas que massificam e determinam o que você deve fazer em tal dia, tal hora? Não! Você é gente – não máquina... não um robô!

 

Então, estando diante do seu/sua amado/amada diga: - Eu sou gente e por ser gente, digo-lhe no hoje, agora, sem que precise de uma data específica: – Eu Amo Você com todas as forças do meu coração! Há entre nós aquela gostosa simbiose de uma linda dependência mútua do “Um não Sobreviver Sem O Outro!”

 

Não é somente hoje – por ser o Dia dos Namorados – que você deve ser o amante amigo independente do gênero. O amor independe do fator gênero. Ele é uno e gênero é rótulo. Ame sem temor de ser feliz!

 

Epílogo:

A você nobilíssimo poeta, a você encantadora e divinal poetisa – que nos presenteiam com seus maviosos poemas de versejares e encantamentos que nos fazem viajar nas Asas das Elucubrações – quero desejar-lhes um Feliz Dia dos Namorados, bem como, desejar que todos os demais dias deste e de todos os demais anos das suas vidas sejam: Eternos Dias dos Namorados!

Imagem: Google

Altamiro Fernandes da Cruz
Enviado por Altamiro Fernandes da Cruz em 12/06/2022
Alterado em 12/06/2022
Comentários