A REUNIÃO GERAL DOS RATOS
...Havia no Reino da Ratazana uma preocupação grassante: um feroz e esfaimado Gato estava dizimando os Ratos, levando ao desespero todos os seus minguados sobreviventes! O que fazer? – era a pergunta formulada!
Todos os membros daquela reunião – preocupados na busca de uma solução – estavam cabisbaixos. Nas faces as preocupações estampavam aquilo que na mente havia: o medo de uma provável extinção da espécie. Em dado momento, uma voz jovem se faz ouvir. Era a de um Ratinho que a tudo ouvia e – serelepe que só – apresentou aquela que seria a salvação da espécie e do próprio Reino Ratazônico! -Eu tenho a solução! – rindo dissera! Basta fazermos o seguinte: Vamos colocar uma sineta no pescoço do Gato e, assim, poderemos saber que ele está se aproximando. Então, assim que ouvirmos o barulho da sineta, a gente (“Vapt Vupt”) escapa e se manda bem ligeirinho para ficarmos livres do perigo de sermos o almoço do feroz e esfaimado Gato!
Gritos de vivas e mais vivas são ouvidos. Aplausos e palmas eclodem no, até então, tenso e medroso ambiente. O Ratinho, dono da ideia salvadora, se abre em sorrisos, enquanto os aplausos eclodem pelos ares!
O silêncio, aos poucos, pede passagem. A um canto da sala de reunião, os Ratos notaram que o lider Dom Ratão – o Rato ancião – permanecia com a face demonstrando as inevitáveis preocupações!
-O que está havendo, Dom Ratão? – quiseram saber os demais!
O sapiente Dom Ratão cofia com as suas patinhas a preocupada cabeça, segura as faces preocupadas para, enfático, responder à plateia:
-Amigos, quem, dentre nós, irá colocar a sineta no pescoço do Gato?
O silêncio que, antes, pedia passagem, agora, exige a sua presença. Não havia sequer uma única voz que fosse capaz de se apresentar como sendo portador do heróico ato de colocar a sineta no pescoço do esfaimado Gato!
Saiamos da imaginária fábula! Volvamos, pois, à triste realidade da vida: Como bem sabemos, estamos nos aproximando das eleições nas quais elegeremos – por pura incapacidade de raciocíno – os mesmos e esfaimados Ratos que pululam na Corte.
Todavia, há uma enorme e discrepante diferença que nos separam da fábula para a realidade: não precisamos temer a colocação da sineta nos pescoços dos Ratos Palacianos, dos Ratos do Congresso Nacional, dos Ratos das Assembleias Legislativas Estaduais e Distrital – bem como – os Ratos das Câmaras Municipais. Para tanto, basta pegarmos a sineta/título, nos dirigirmos às urnas – pescoços dos Ratos que infestam todos os poderes da República Federativa do Brasil – e depositarmos o nosso voto/sineta, pois – somente assim – estaremos nos libertando destes esfaimados Ratos Palacianos que tantos males fazem à nossa Nação Brasileira!
Ao depositar o seu voto/sineta, não pense em você, pense na sua nação. Não venda o seu voto, transforme-o em uma broca para furar o casco deste navio de corrrupção no qual se transformou os Três Poderes (principalmente o Legislativo) desta nossa combalida e falida República. Quando o navio estiver com o casco furado, vai adentrar a água (Seriam as nossas lágrimas de incontidas alegrias?) que o fará naufragar. Então, toda esta Ratazana que infesta os Poderes desta República Brasileira estará abandonando o barco. Deixo, pois, o meu convite: - Vamos furar o casco deste sujo e corrupto navio!
Nesta próxima eleição, o futuro da nação estará em nossas mãos. Quero, todavia, trazer à baila uma história que se passou na época da Segunda Grande Guerra Mundial.
Vejamo-la, pois:
A Galinha de Hitler
Em uma de suas reuniões, Hitler pediu que lhe trouxessem uma galinha.
De posse da mesma, o tirano agarrou-a fortemente com uma das mãos enquanto, com a outra, depenava-a!
A galinha – desesperada pela dor – quis fugir, mas fugir para donde se para onde fugir não havia? Ela, simplesmente, deixa de lutar – se entrega à sanha do ditador que lhe causava dor – muitas dores! Assim, Hitler – com um sorriso idiota que o caracterizou – retirou todas as penas da galinha. Em seguida, vira-se para os seus asseclas e lhes diz:
-"Agora, observem o que vai acontecer".
Hitler soltou a galinha no chão e afastou-se um pouco dela. Pegou uns farelos do pão que acabara de comer e começou a caminhar pela sala. Ao mesmo tempo em que ia andando, ele atirava as sobras do pão – restos do seu repasto – ao chão, enquanto seus colaboradores viam assombrados, como a galinha, assustada, dolorida e sangrando, corria atrás de Hitler na tentativa de agarrar algumas migalhas, enquanto ele dava voltas pela sala. A sofrida galinha se esvaindo em sangue – mesmo assim – o seguia fielmente por todos os lados.
Então, soberano, Hitler olhou para os seus Generais e ajudantes de ordem que estavam totalmente surpreendidos com o que era visto, e lhes disse:
-“É, assim, que, facilmente, se governa os estúpidos. Viram como a galinha me seguiu, apesar da dor que lhe causei? Tirei-lhe tudo: as penas e a dignidade, mas – e ainda assim – ela me seguiu em busca de farelos.”
Assim é a maioria das pessoas. Elas seguem seus governantes e políticos, apesar da dor que estes lhes causam e, mesmo lhe tirando a saúde a educação e a dignidade, pelo simples gesto de receber um benefício barato – ou uma migalha para se alimentar por um ou dois dias – o povo segue aquele que lhe dá as sobras que o “sustentará”.
Estará em nossas mãos o futuro da nossa nação. Que não sejamos uma galinha catadora das migalhas, mas – e acima de tudo – conscientes eleitores que desejam salvar a nossa nação desta corruptiva súcia que se elegeu – na maioria das vezes – com os votos das Galinhas Hitlerianas, sempre à cata das míseras migalhas que sobraram dos banquetes da corrupção!
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A Reunião Geral dos Ratos é uma fábula atribuída a Esopo e recontada por La Fontaine.
Imagem: Google