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Altamiro Fernandes
A vida em verso e prosa
Textos

BRASIL SEMITONADO... DESAFINADO
Introito:
Na música, existem os tons e semitons. Na realidade, o tom é a distância que há entre uma nota e outra subsequente, dentro de uma escala musical Dó, Ré, Mi, (...). Da nota Dó para a subsequente Ré, dizemos existir uma medida de grau tonal à qual denominamos Comas, no total de nove, que vão se repetindo dentre as demais, ou seja: Dó (9 comas), Ré (...). A escala natural de Dó maior se inicia com a nota Dó e se fecha com outra nota Dó, uma 8ª acima da nota inicial.

Todavia, dentre todas as notas componentes da escala musical, existe uma nota que se destaca por ter a denominação de Nota Atrativa. É a penúltima nota existente antes do fechamento da escala musical. Essa diferença é devido ao fato de ser a única dentro da escala que não tem as nove comas – tem, todavia 8 1/2 (oito comas e meia) – sendo esta “metade da coma” que vai exercer o ‘efeito atrativo para que se possa fechar a Escala Musical’. Portanto, quando alguém – tocando ou cantando – não obedece à distância de nove comas existente entre as notas, diz-se que houve o erro do semitom e uma consequente desafinação.

A execução de três ou mais notas ao mesmo tempo, formam o Tom que pode receber a denominação de: Tom Maior ou Tom menor – e outras denominações que, no momento, não vêm ao caso – dentro da nomenclatura musical.
 
Parte I:
Todas as coisas que tenho, são dádivas do nosso Deus. O verbo ter não tem o sentido de materialidade. É algo muito mais profundo. É saúde, o bem estar, a família, os amigos e aquilo que considero ser de suma importância: a criança que há em mim. Criança é pureza por ser fruto do amor. Não as ensinemos a conjugar o verbo odiar. Se pudermos cultuar, preservar e cuidar com muito carinho da criança que há em cada um de nós, o mundo poderá ser muito melhor.

Tudo que tenho – e o verbo ter, repito, não tem o sentido de materialidade – são dádivas divinas que Deus pode em qualquer momento desprover-me do que me fora doado. Mas, a Ele estarei pedindo:
-Senhor Deus – de todas as coisas que a mim foram providas por Vós – que a criança que há em mim seja a última a ser retirada.
 
Epílogo:
Hoje, com a partida do Neilton Veiga Junior (o Tom Veiga que deu vida e voz ao Louro José), o Eu criança e outras tantas milhares de crianças brasileiras entre os 8 a 80 anos (ou mais) estão órfãs das alegrias que nos eram transmitidas pelo impagável Louro José, que ganhava voz e vida nas hábeis mãos do artista de manipulação, Tom Veiga.

Perdemos o Tom. Perdemos a alegria. Desafinados e órfãos ficamos. Não há o preenchimento do vazio entre as comas que possa, novamente, entoar os momentos felizes que o Louro (Tom) José nos proporcionava. Não estamos somente semitonados, estamos tristes... desolados.

O Tom maior se foi. Sem o Tom Maior estamos tristemente desafinados!
Imagem: Google

 
Altamiro Fernandes da Cruz
Enviado por Altamiro Fernandes da Cruz em 02/11/2020
Alterado em 03/11/2020
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