ELE PRECISA VOLTAR
A televisão nos mostrava as mais tristes imagens de conflitos no Oriente Médio! As cenas que antes nos chocavam, continuam a nos estarrecer. Eram e são eternas barbáries. Vimos crianças portando armas de grossos calibres, sem forças para conter o peso – do fardo e da irresponsabilidade dos fanáticos pais. Vimos crianças trazendo na pequena boca uma chupeta e nas minúsculas mãos um brinquedo de plástico. E qual era o brinquedo? – Uma miniatura de metralhadora! E aquela inocente criança tem – como brinquedo – um protótipo da ferramenta da qual fará uso dentro em breve. Parece cedo, contudo, não é! Ele tem que aprender a odiar, matar e – se preciso for – morrer para ganhar as 100 virgens que por ele estarão esperando no Wahala (Paraíso Celestial) bem como, degustar do mel que das fontes jorram em substituição às abençoadas águas!
O ódio e a insensatez que pululam nos corações dos fanáticos fazem acelerar, no pequeno coração dos filhos, um tenebroso sentimento de rancor. E na região de tantos conflitos e discórdias, falta o sincretismo, contudo, sobram diásporas. E é nesse ambiente de ódio que a morte campeia como se fora ela a solução para todos os males que flagelam a humanidade. No mundo – tanto lá como cá – está faltando mais amor entre os homens.
Em meio a tantas seitas existentes, não podemos imaginar uma sequer que não fale e pregue o amor. Todas têm como objetivo levar o Espírito ao Criador. E esse Criador – creio eu – pode vir a ser Alá, Buda, Cristo, Maomé ou Tupã (estou seguindo uma ordem alfabética), mas isso não importa desde que a religião professada esteja estribada no amor, na paz e na fraternidade. Cada uma das seitas nos mostra um caminho a ser seguido e – segundo cada uma – o dela é o mais correto, o melhor e único capaz de elevar o espírito ao Paraíso Celestial. O “amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”, é o mais importante de todos os mandamentos e deveria ser o parâmetro para que o tão sonhado sincretismo, enfim, pudesse acontecer entre os homens.
Não consigo imaginar que o Alcorão, a Bíblia ou quaisquer dos Sagrados Livros preguem a matança dos inimigos como sendo “a forma de se alcançar o Paraíso Eterno!” Torna-se muito difícil crer em tamanha brutalidade. O Deus Criador nunca vai admitir o sacrifício de uma vida em homenagem a Si. Mesmo porque Ele é o amor, é a vida e o perdão! O Islamismo, Cristianismo, Budismo, Protestantismo, Espiritismo ou quaisquer outras formas de manifestação de uma crença (fé) deve-se ater ao respeito inerente a cada uma das seitas professadas.
Errados estão aqueles que, estribados na suposta liberdade de expressão, feriram normas e preceitos de um operoso povo na sua liberdade de professar um credo! Foram e são de um indiscutível mau gosto, as caricaturas do Profeta Maomé, feitas por irresponsáveis e pseudos cartunistas dinamarqueses. Existe uma, em que o Profeta diz aos recém-chegados ao paraíso: “-Calma pessoal, estamos com falta de virgens aqui no céu!” Outra charge mostra o Profeta (que recebeu do anjo Gabriel o Corão, o mesmo que falou com Maria para anunciar que Deus a engravidaria de um Salvador), usando um turbante em forma de bomba. Essa quis identificar o Islã, como um todo, com o terrorismo, numa simplificação intolerável!
Foi uma ofensa? Claro está que sim! Contudo, o sangue não é – nunca foi e jamais será – o detergente para se lavar a honra de um ofendido. Existe para tal, uma lei que rege o relacionamento entre os homens civilizados: a diplomacia! Assentar-se à mesa para negociações será melhor que se ir ao campo de batalhas, à beligerância, local onde vidas são ceifadas.
Não faz muito tempo, bem recordo, a televisão mostrou-nos um parvo que, levado por um exacerbado fanatismo religioso, chutou e quebrou uma imagem da Padroeira do Brasil – Nossa Srª Aparecida – durante um culto ecumênico na sua igreja. Diante de tamanha ofensa, o sangue não fora usado para se lavar a honra. A diplomacia – sim!
Os Cristãos apregoam a volta de Cristo no dia do Julgamento Final. Todavia, quando da primeira vez em que esteve entre os homens pregando o amor, querendo ao homem salvar Ele fora crucificado. Antes mesmo do seu nascimento, um pequeníssimo rei pedia e ordenava a morte do grande e Verdadeiro Rei. À época, era somente um a querer matá-Lo. Hoje, contudo, há um incalculável número de Herodes a pedir-Lhe a cabeça. E esse bando de “Reis do Mundo” (Não são nem filhos do Dono!) nos leva a implorar ao Pai Criador: -Pai! Não deixe o Vosso amado Filho, Cristo, voltar! O bicho homem não merece tamanho sacrifício de Vossa parte. Do Paraíso construído por Vós – Ó Pai! – desfrutai-O com o Vosso Filho amado! O homem não seria capaz de nele viver. No Éter deve reinar o amor e – infelizmente, diga-se – o homem ainda não aprendeu a conjugar o verbo amar como Vós tantas vezes nos ensinastes: “Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei!”.
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Imagem: Google