A Sapiência da Natureza
Epílogo:
O tempo, célere, passa. O sol preguiçoso em ocaso se põe por trás das cacundas dos montes. O Urubu, tendo agora saciada a fome, volta à pedra, onde, antes, faminto estivera. Apanha o palito ali deixado pelo Gavião falastrão, coloca-o no canto do bico e ganha os ares num perfeito e magistral voo para, em seguida, pousar ao lado de um ninho. Pousou e, educadamente, saudou:
-Boa tarde, Dona Pomba-rola!...
-Boa tarde, senhor Urubu! – respondeu-lhe a dona do ninho!... E o miserável do Gavião – a Pombinha quis saber – onde está?
O Urubu, de bem com vida, arrumou o palito no canto do bico, bateu com a asa direita no papo – agora, cheíssimo – e com uma cara de sacana e risível felicidade respondeu:
-Está aqui, ó!...
Batendo as asas com dóceis movimentos, o Urubu ganhou os ares no seu voo magistral, ouvindo atrás de si as gargalhadas da Dona Pomba-rola e sua feliz ninhada de alegres filhotinhos!
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Altamiro Fernandes da Cruz