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Altamiro Fernandes
A vida em verso e prosa
Textos
A Sapiência da Natureza
 
Capítulo II:
 
 
E o mundo era, então, maravilhoso. O homem era, ainda, um ser humano. Não havia criado os agrotóxicos, pesticidas e fertilizantes que hoje envenenam o nosso ar, nossos alimentos, os mares, rios e florestas. O átomo se encontrava na natureza em seu bruto estado natural e, pela natureza, era ele controlado, tendo, então, uma vida de pacífica convivência.

Os herbívoros ruminavam sob a sombra de frondosas árvores – àqueles tempos, árvores havia! Alguns dormiam. Todavia, outros se postavam como sentinelas a vigiarem, atentos, a postura dos predadores.

Na outra extremidade os predadores, também, dormiam ou dormitavam. Eram gordos, tranquilos e pachorrentos. Havia comida em abundância e, a eles cabia a difícil missão de manter o equilíbrio ecológico.

A natureza é, por excelência, sábia. Não há no relacionamento predador/caça o lema de matar por prazer, por “esporte”. Há, sim, a luta pela sobrevivência. Sobrevivência que desconhece a crueldade, o ódio ou rancor. Se sendo o predador: mate e vive! Se sendo caça, presa: fuja ou morre! Esta é a lei da natureza, mas nela não há brutalidade. O predador não mata pelo prazer de matar. Mata, isto sim, pela necessidade de viver – de sobreviver!

E lá estavam eles, tranquilamente, dormindo à sombra das árvores. Por serem predadores e por estarem no ápice da cadeia alimentar, nada tinham a temer. Por isso mesmo dormiam, plácidos, o sono dos justos, somente acordando quando o estômago rugia clamando por mais comida ou quando as narinas captavam o feromônio – delicioso aroma do cio de alguma fêmea – chamando o macho para, juntos, perpetuarem a espécie. Quando os chamamentos olfativo e estomacal formavam um duo, ele atendia, primeiramente, ao cio, por saber que com a barriga cheia, o ato sexual – que é gostoso e é vida – mata!
 
 
Final do capítulo II
 
 
 
 
 
 
 
Altamiro Fernandes da Cruz
Enviado por Altamiro Fernandes da Cruz em 27/06/2020
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